Na Natureza Selvagem (2007) – Que viagem!

A vida dele daria um livro! Ou até um filme.

Essa frase já virou lugar-comum.

Mas no caso de Christopher McCandles (Emile Hirsch – excelente), não poderia ser mais verdadeira.

Após a graduação na universidade, ele abandona o American way of life, doa todas suas economias à caridade e ruma ao Alaska para viver “na natureza selvagem”

E como em todo road movie que se preza, encontra no caminho belos personagens, como o que valeu prêmios e indicação ao Oscar para Hal Holbrook.

É difícil – mesmo para os corações mais endurecidos – não se emocionar com esse filme. E mesmo que você ache o protagonista um lunático e cujas atitudes não fazem sentido, se a paisagem deslumbrante e a trilha sonora com Eddie Vadder não mexerem algo dentro de você…

Talvez seja hora de repensar seus conceitos.

Nota Cinectus: 8,5

Há farto material sobre McCandles na internet. Gostamos muito deste artigo. Vale a leitura após assistir o filme.

Sniper Americano (2015) [Review]

Pelo terceiro ano consecutivo, Bradley Cooper – que deslanchou na carreira após Se Beber não Case (2009) – conseguiu concorrer pela terceira vez consecutiva na categoria de melhor ator (antes 2012 e 2013 como coadjuvante) nesse ótimo filme do octagenário Clint Eastwood, sempre impecável na direção!

Apesar de tudo, a narrativa vai por uma linha parecida com os acontecimentos que ocorreram em paralelo ao só bom “Guerra ao Terror” (2008). Esse não é um filme de guerra, mas sobre a vida de um dos melhores atiradores de elite americano, portanto é sobre um “Herói Americano“.

Na cerimônia do Oscar de 2015 levou apenas na categoria de Melhor Edição de Som, apesar das 6 indicações. Por fim, a mensagem mesmo que fica é que já vimos isso muitas vezes no cinema do Tio Sam.

Nota Cinectus: 7,0

Sniper Americano (American Sniper, 2014) conta essa história de habilidade e bravura, mas também mede o peso da responsabilidade de ser um herói. O filme roteirizado por Jason Hall, baseado no livro escrito pelo próprio Kyle ao lado de Scott McEwen e Jim DeFelice, coloca na balança a vida pessoal do atirador. Contrasta o “Velho Oeste do Oriente Médio”, como descreve um dos soldados, com a sua família nos EUA.

Clint Eastwood, que assumiu a direção depois que Steven Spielberg deixou a produção por conta do orçamento limitado, constrói o filme como um estudo psicológico do personagem-título. Desfaz o mito para entender não o guerreiro, mas o homem disposto a sacrificar tudo pelo seu país. Troca a grandiloquência da guerra pelas observações intimistas. Ao mesmo tempo, não abandona os elementos de entretenimento, contornando as possíveis restrições orçamentárias ao reproduzir a estrutura de um western no contexto do Iraque, com o encontro de dois atiradores rivais no deserto e os dilemas entre o mocinho e a família.

O filme também mostra um outro lado do patriotismo que leva homens e mulheres para a guerra. O amor à nação os acompanha até o alistamento, mas esse conceito abstrato não os sustenta no campo de batalha. A caveira do Justiceiro, que aparece na HQ lida por um soldado para depois ganhar os uniformes e o jipe do pelotão, simboliza essa transformação. A luta passa a ser pelos colegas. O símbolo não é mais a bandeira, mas aquilo que os une em torno do mesmo objetivo, a sobrevivência e a justiça pelo grupo. Se o filme foge da política, sem nunca realmente questionar a guerra, ao menos evita os velhos clichês norte-americanos. (Omelete)

Argo (2012) – [Crítica]

Não é à toa que percebemos uma narrativa quase jornalística, um pouco política e documental, com fotos e imagens dos acontecimentos da época. Essa foi uma decisão inteligente de Ben Affleck que aqui também trabalha como diretor e se junta com George Clooney na produção deste ótimo filme.

Clooney trabalhou como diretor e roteirista em de “Good Night, and Good Luck.” (2005) e “Tudo pelo Poder” (2012). Affleck , por sua vez, já não concorria em alguma coisa fazia tempos (“Gênio Indomável“, 1998). Também, com tanta atuação fraca em filmes ruins, não é surpresa que ficasse atrás do amigo Matt Damon em Hollywood.

Como é baseado em fatos reais, o texto relembra uma história ocorrida em 1979, quando a CIA, com a ajuda de Hollywood, inventou que uma equipe de filmagem procurava locações para um filme em Teerã, chamado Argo, para conseguir evacuar seis diplomatas dos EUA da capital do Irã, na chamada crise dos reféns de 79 (Omelete.com).

Argo surpreendeu na cerimônia do Globo de Ouro em 2013, levando a maior categoria da noite, além de levar outro prêmio importante como diretor, mesmo concorrendo com Spielberg e Tarantino. Logo após concorreu a 7 OSCAR, levando 3, incluindo Melhor Filme. Mesmo atuando razoavelmente “bem” no filme, é atrás das câmeras que realmente seu trabalho aparece.

 

Argo, fuck yourself!”

Nota: 7,5

Café Society (2016) [Review]

Nenhum filme de Woody Allen é igual ao outro, mas a cada obra que dirige e escreve deixa sua marca registrada, você sabe que está lá, é ele por traz das câmeras e dos diálogos. Allen é judeu e um “crítico ferrenho” da própria crença e cultura (Dirigindo no Escuro, 2002), gosta de apresentar cenários e figurinos da década de ouro do cinema ou em outra época qualquer onde mostra uma pequena parte do meio social da elite (Tiros na Broadway, 1994 – Meia-Noite em Paris, 2011 – A Era do Rádio 1987 ou A Rosa Púrpura do Cairo, 1995) ou ainda construindo e destruindo seus protagonistas como em  Blue Jasmine, 2013.

Desta vez Jesse Eisenberg, Kristen Stewart e Steve Carell formam o trio amoroso dessa conturbada relação. A sinergia entre Kristen e seus dois amores funciona muito bem! Como queridinha da vez, Kristen não decepciona (conseguindo deixar que o espectador esqueça o esteriótipo de sua atuação sofrível da série “Crepúsculo”). 

Não é o melhor trabalho (dos mais recentes) de Allen, afinal, é um diretor octogenário que trabalha em 3 ou mais filmes por ano (contando com produção, roteiro e direção), mas o trabalho respeita seus fãs com um belo filme.

OBS: E se formos olhar pela narrativa é ainda melhor que o badalado “La La Land” (2016).

Nota: 7,5

Embora Café Society mantenha o espírito leve e o clima solar dos filmes de desencontros amorosos recentes de Woody Allen, Magia ao Luar e O Homem Irracional, o longa estrelado por Jesse Eisenberg e Kristen Stewart traça para si uma insuspeita aspiração de ser síntese de uma época, o que o aproxima de registros históricos melancólicos de Allen como A Era do Rádio, A Rosa Púrpura do Cairo e Tiros da Broadway.

Se Café Society se revela um filme mais ambicioso do que aparenta de início, isso se deve não apenas ao material, mas principalmente à fotografia de Vittorio Storaro. O mestre italiano, conhecido por Apocalypse Now e por ditar o tom dos principais filmes de Bernardo Bertolucci, mantém uma identidade visual com os outros longas recentes de Allen – a maneira como filtra a luz solar estabelece familiaridade com a fotografia de Darius Khondji – mas adiciona um tom barroco (Kristen Stewart é praticamente beatificada nos close-ups de Storaro) e uma elegância de movimentos de câmera que Allen, conhecido pela rapidez com que filma, raramente se permite.

O resultado é, ao mesmo tempo, discreto e deslumbrante. Allen faz mais um dos seus longas sobre pequenas relações problemáticas (“uma vida sem se examinar é uma vida que não vale a pena ser vivida”) mas alça esses personagens a emblemas de seu tempo, corpos que emanam luz própria, como os ídolos da Velha Hollywood que eram intangíveis, embora todos repetissem seus nomes à exaustão. (Omelete)

Anabelle (2014) [Review]

Devemos confessar que com tudo apagado quando aparece o “coisa ruim” dá um certo cagaço! Mas apesar dos ótimos sustos em momentos inesperados, Annabelle não consegue chegar no mesmo patamar do excelente “Invocação do Mal” (2013) e “Invocação do Mal 2” (2016).

A história da boneca amaldiçoada é contada desde o início, já deixando transparecer que poderia haver uma continuação para fazer um elo entre os dois filmes!

James Wan tem dois superpoderes na indústria cinematográfica: assustar e transformar módicos orçamentos em franquias lucrativas. Desde 2004, com Jogos Mortais, seu toque de Midas segue agregando valor a filmes baratos, criando novos parâmetros para relação entre investimento e retorno financeiro em Hollywood.

Depois de Invocação do Mal (uma bilheteria de US$ 318 milhões para um orçamento de US$ 20 milhões), nada mais natural do que continuar a explorar a nova fonte de sucesso. Desta vez, além da continuação, prevista para outubro de 2015, Wan resolveu diversificar, explorando em um derivado as origens da boneca vista no início do filme sobre os demonólogos.

Como sua origem previa, Annabelle não é um produto original. Ainda assim, seu resultado é satisfatório. Chega aos aguardados sustos, mesmo que muitas vezes trapaceando pela manipulação da altura do som, e tem algumas cenas memoráveis (a melhor delas infelizmente desperdiçada nos vídeos de divulgação). O terceiro ato, porém, é preguiçoso. O roteiro de Gary Dauberman escolheu um caminho didático e cristão para fechar a história que já tinha como desfecho certo uma caixa de vidro devidamente abençoada no museu de Ed e Lorraine Warren. Basta saber se agora Wan vai libertar a boneca para criar a franquia da franquia. (Omelete)

A continuação chega em agosto desse ano, com um trailer muito bacana que pode ser conferido abaixo.

Agora é esperar e ver se o resultado ficará melhor que o primeiro…

Nota: 7,5

Alice Através do Espelho (2016) [Review]

O universo de Tim Burton (como produtor dessa vez) aparece novamente trazendo os mesmos personagens para contar uma nova história, agora mexendo com o Sr. “Tempo”. O filme peca novamente em trabalhar um roteiro simplório com diálogos superficiais e atuações sofríveis de Mia Wasikowska e Johnny Depp. O que salva mesmo o elenco são as atuações da Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen! Contudo, a fotografia do louco universo e a produção artística torna o visual curioso e prenderá a atenção do expectador que gosta de reparar em detalhes. Fora isso, o filme não tem nada a acrescentar de novo.

Será mais divertido para ver com crianças na faixa de 7 anos pra cima.

Se existem lampejos de qualidade é por conta de parte do elenco. Wasikowska é obrigada a dizer frases lamentáveis – “Como viverei sem o impossível?” -, mas não abandona a sua personagem, o que dá o mínimo de credibilidade para os mundos que a cercam. Comprometidos com seus papéis e cheios de atitude, Helena Bonham Carter, que retorna como Rainha de Copas, e Sacha Baron Cohen, que estreia como o Tempo, são os únicos capazes de entreter no longo caminho até a conclusão do filme, amenizando a incômoda insistência no Chapeleiro Maluco de Johnny Depp. Com direito a drama familiar, o personagem toma o centro da trama para tornar os outros habitantes dos País das Maravilhas a sua trupe de luxo, incluindo a Rainha Branca de Anne Hathaway e o derradeiro trabalho de Alan Rickman como a ex-Lagarta Azul. (Omelete)

Nota: 6,5

O Lagosta (2016) [Review]

Em um futuro próximo “distorcido”, as pessoas solteiras, de acordo com as leis da Cidade,
são levados para um Hotel, onde eles são obrigados a encontrar um parceiro romântico
em quarenta e cinco dias ou são transformados em bestas e enviados para viver na floresta.

É isso mesmo, aqui temos um filme surrealista que trabalha essa narrativa durante duas horas. Os diálogos entre os personagens são bem esquisitos e a impressão que dá, ao fim de tudo, é uma visão dicotômica  de como poderíamos chegar nesse ponto de ignorância extrema da sociedade… o que não parece tão surreal assim! O filme se enquadraria melhor se fosse um episódio de Black Mirror (NetFlix).

Concorreu como Melhor Roteiro Original no OSCAR desse ano, mas está longe de ser uma obra memorável dos filmes que trazem essa temática mais surrealista ou com universos alternativos. “Ela” (2013) conseguiu trabalhar muito melhor essa questão e alguns filmes de Terry Gilliam como “Brazil, o filme“( 1985)  ou “Os 12 macacos” (1995) também.

Nota: 6,5

O Médico (2013) [Review]

História sobre um aprendiz que se passa por judeu para estudar em umas das escolas mais avançadas de medicina da Pérsia no século XI. A fotografia, figurinos e cenários são bonitos e a atuação de Sir Ben Kingsley é (quase sempre) impecável – quando ele escolhe os filmes certos!

Existe uma polêmica acerca de O Físico, que passa ao largo da qualidade do filme: a tradução brasileira de seu título original. The Physician, o título original, seria O Médico ao ser traduzido para o português. Entretanto, é este também o título do livro de Noah Gordon no Brasil, o que levanta a questão da fidelidade ao material original. Mais ainda: há quem defenda esta tradução, já que na época apresentada pela história não existiam médicos de fato e as pessoas que se dedicavam a cuidar das doenças eram, na verdade, chamadas de physicist, ou seja, físico. Questões linguísticas a parte, fato é que o longa-metragem dirigido por Philipp Stölzl traz uma interessante abordagem sobre um tema pouco visto nas telas de cinema, mas que fracassa devido aos exageros e clichês presentes no decorrer da trama. (Adoro Cinema)

Nota: 7

As Aventuras de PI (2012) [Review]

Antes de mais nada, é bom relembrar o auê que causou o livro ao ganhar o prêmio britânico (Man Booker) em 2002. À época da premiação, Yan Martel foi acusado de plágio, por sua história ter muitos pontos similares a um conto do livro “Max e os Felinos”, do escritor gaúcho Moacyr Scliar. Nele, um adolescente judeu foge da Alemanha nazista em um barco e, após o seu naufrágio, ele encontra-se perdido no oceano dividindo um bote com um jaguar. Posteriormente, Martel admitiu ter se baseado na mesma premissa do livro brasileiro e inseriu uma nota de agradecimento no prefácio de sua obra.(Wikepedia)

Numa entrevista posterior, Scliar conta porque decidiu não entrar com nenhum processo contra o escritor. Veja a história contada pelo próprio Scliar aqui.

O diretor Ang Lee, depois de seu primeiro sucesso em Hollywood em 1996 (“Razão e Sensibilidade“) trouxe um estilo oriental de contar uma boa fábula (“O Tigre E o Dragão “, 2000). Quase destruiu uma franquia de quadrinhos (“Hulk “, 2003) e foi fundo na história de dois Cowboys apaixonados (“O Segredo de Brokeback Mountain “, 2005). Aqui o diretor acertou a mão com este belíssimo filme, que concorreu a 11 oscars na época e levou 4.

A relação de Pi Patel (Irrfan Khancom Richard Parker (o tigre), que envolve respeito, medo e companheirismo, não para de evoluir e é difícil imaginar como ela vai acabar. Sobre o tigre, é preciso dizer também que é impressionante o grau de realismo do animal, que foi recriado digitalmente em quase todo o filme na época.  (Omelete) Ano passado tivemos outros animais bem bacanas e realistas em “O Livro da Selva“(2016).

Na categoria de Melhor Diretor, Ang Lee foi o que chegou mais perto de tirar a estatueta de Spielberg, sem dúvida! Foi um trabalho incrível! Como roteiro Adaptado, o filme pecou no final onde a história poderia ser melhor trabalhada em flashbacks, o que deixava “Argo” mais perto de ganhar nessa categoria.

A trilha sonora é digna de um filme desta proporção e sabe a hora certa de entrar em cada cena, não apelando para o “patriotismo americano” todo tempo, como  John Willians fez em “Lincoln” (2012)

Em efeito visual,  o tigre de bengala, se não estava perfeito era o melhor efeito que tínhamos para o cinema na época. Fora as tempestades no oceano, e o próprio oceano em si, todo feito em estúdio. A Fotografia é fantástica, realmente espetacular, e levaria fácil dos outros concorrentes ao OSCAR desse ano!

Resumindo: É um filme sobre medo, respeito, maturidade e sobrevivência entre os protagonistas. O final poderia ser melhor explorado, mas não tira a magia de assistir ao filme. Em 3D a imersão é maior, pois há momentos em que você parece que está dentro do barco com eles. Não é um filme fantasia como “A Invensão de Hugo Cabret” (2012), está mais para “Náufrago” (2000) e qualquer outro filme de amizade solitária entre um homem e outro animal selvagem, com uma diferença: contado de forma adulta, e não infantilizada!

Vale a pena assistir!

Nota: 8

Os Suspeitos (2013) [Review]

Excelente suspense com Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal e Viola Davis. Após o desaparecimento de sua filha e da filha de um amigo na data da comemoração do dia de Ação de Graças, os pais partem desesperados em busca de pistas para reencontrá-las.

O filme é muito bem dirigido por Denis Villeneuve (“A Chegada“, 2016) e o roteiro mantém o suspense do início ao fim, segurando o expectador por mais de 2 horas sem deixar cair na mesmice de filmes mais recentes do gênero. O clima investigativo remete a filmes como “Seven” (2005) e “Zodíaco” (2007).

Destaque para Paul Dano que consegue roubar algumas cenas bem legais. Já o vimos trabalhando muito bem em “Sangue Negro” (2007), “Pequena Miss Sunshine“(2006) e ano passado em “Um Cadáver para Sobreviver” (2016).

Em português o filme recebeu  o mesmo nome do excelente filme de 1995 (The Usual Suspects) de Bryian Singer, mas sem nenhuma relação com o tema.

Se você quer ver um suspense de qualidade, não perca esse!

Está disponível na NETFLIX.

Nota: 8,5

O Abutre (2014) [Review]

Em relação a carreira do ator Jake Gyllenhaal podemos comparar com Matthew McConaughey em “Clube de Compras Dallas” (2013). Sua interpretação aqui poderia ser digna de uma nomeação ao Oscar em 2015 (ele concorreu no mesmo ano com o Globo de Ouro). O antagonista é oportunista, ambicioso e obsessivo ao mesmo tempo. Há uma cena que Gyllenhaal troca um diálogo com Rene Russo, nos deixando a dúvida no resto do filme se ele poderia ser apenas um “louco” ou um “louco muito inteligente”.

O diretor Dan Gilroy mantém a narrativa mais cadenciada e não chega a ser turbulenta como “Onde os Fracos não têm vez” (2007) dos irmãos Coen. Mas aqui parece que o personagem Anton Chigurh (incrivelmete interpretado por Javier Bardem) trocou o extintor de pressão por uma frenética filmadora. Medo!

Nota: 8

Garota Exemplar (2014) [Review]

Temos aí um filme sensacional! David Fincher (“Seven” 1995, “O Clube da Luta” 1999, “Zodiaco” 2007) montou um thriller de deixar o casal Michael Douglas e Glenn Close em “Atração Fatal” (1987) com vergonha.

A atuação de Rosamund Pike está impecavelmente “sinistra”! Já Ben Affleck é sempre Ben Affleck :(. O roteiro é muito bem elaborado com reviravoltas no tempo certo!

É como uma anti-heroína que Amy Dunne (Pike) se revela ao espectador no filme, que a roteirista Gillian Flynn adapta fielmente de seu próprio romance. Amy desaparece na manhã do seu quinto aniversário de casamento, na casa que divide com o marido Nick (Ben Affleck) na cidadezinha natal dele, no Missouri. À medida em que Nick vai se tornando, com os dias, o principal suspeito do sequestro (ou homicídio), ele percebe que talvez seja o verdadeiro alvo. (Omelete)

É um filme daqueles que você pensa se poderá “dormir tranquilamente hoje” com sua mulher…

Nota: 8,5

No Limite do Amanhã (2014) [Review]

Depois de “Oblivion” (2013), juro que não estava dando nada por esse filme! É certo que filmes sobre viagem no tempo são quase como “fórmulas mágicas” de alcançarem algum sucesso no cinema (quando bem produzidos), mas esse foi surpreendente!

Não há como não lembrar de “O Feitiço do Tempo” (1993), porém a semelhança em repetir o mesmo dia acaba por aí! Tom Cruise e  Emily Blunt misturam ação, tensão e efeito especial na medida certa!

Para quem ainda não viu, vale muito a pena…

Nota: 8,5

A Hora Mais Escura (2012) [Review]

Kathryn Bigelow (“Guerra ao Terror“, 2008 ) parece que gostou de trabalhar com filmes de guerra utilizando uma linguagem voltada para o documentário, jornalistica ou investigativa.

Antes mesmo da morte de Bin Laden, A Hora Mais Escura já estava sendo escrito pelo roteirista Mark Boal, que tinha acesso às atividades da mesma equipe de oficiais a quem coube executar o saudita. Depois da notícia da morte, o roteirista mudou o final de A Hora Mais Escura, com direito aos 40 minutos de tiroteio que resultaram na execução do líder talibã.” (http://omelete.uol.com.br/zero-dark-thirty/)

A estória é bem diferente de “Guerra ao Terror“, tornando-se ora confusa com tantos nomes e personagens muçulmanos para associar de uma vez. Quem gostou do trabalho anterior da diretora não vai se importar com estilo de filmagem ou edição deste. Contudo, apesar de representar fatos da invasão no Paquistão para capturar Bin Laden, a construção da narrativa é arrastada.

O filme estava concorrendo a 5 OSCAR em 2012: a atriz Jessica Chastain estava muito bem no papel, mas ainda tem chão para percorrer em Holywood. Entre Naomi Watts, Jennifer Lawrence e Quvenzhané Wallis, ficaria difícil ganhar. Como Roteiro Original, Django ainda estava bem melhor!

A edição não é diferente do que já foi feito anteriormente em “Guerra ao Terror“. A única coisa que poderia destacar foi a filmagem realizada nos últimos 40 minutos, que deve ter dado um puta trabalho na edição devido a pouca luminosidade exposta nas cenas. Ainda assim, comparado ao filme de estilo documentário semelhante deste ano, Argo estava bem melhor!

Quanto à Edição de Som, talvez fosse o mais azarão entre os outros 4, que possuíam muito mais ação para justificar o prêmio. No entanto, foi o único OSCAR que levou pra casa.

Bem… não levaria mesmo como Melhor Filme, Bigelow já ganhou no ano de 2010 concorrendo com outros 8 filmes, ou pela novidade ou porque não havia mesmo nenhum outro melhor para levar!

Resumindo: Se você perdeu o filme na época, já pode ver hoje na NETFLIX.  É um filme que (certamente) desperta mais interesse e curiosidade no público americano!

Nota: 7

Django Livre (2012) [Review]

Como podemos classificar Djago Unchained? É Western, filme B, de época, ou apenas uma brincadeira bacana de assistir em 2 horas e 45 minutos? É tudo isso misturado e mais um pouco…Quentin Tarantino desta vez resolveu homenagear o Western clássico de Sergio Leone, mas da sua maneira (é claro)!

Como alguns filmes do diretor, o amor e a vingança permeiam o objetivo do protagonista da história. Django (Jamie Foxx), um escravo liberto que, sob a tutela de um caçador de recompensas alemão (Christoph Waltz), parte para encontrar e libertar a sua esposa (Kerry Washington) das garras do fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio). (http://omelete.uol.com.br/django-unchained/cinema/django-livre-critica/)

Podemos ver referências diversas de seus filmes (“Kill Bill”, “Pulp Fiction”) e dos próprios clássicos de Leone, como exemplo do chapéu de Django (Clint Eastwood na trilogia “Por um punhado de Dólares” – 1964).

Samuel L. Jackson faz seu show à parte! Temos algumas bizarrices também (em 1858, antes da guera civil americana) quando Leonardo DiCaprio utiliza um canudo de plástico enquanto bebe uma água de coco, ou a cerveja gelada que é servida com uma tampa de plástico branca. Algum erro de continuidade? No way… é puro Tarantino!

A trilha sonora está excelente e vai desde de música clássica (Wagner) até o tradiconal RAP americano. Ela sustenta também boa parte das cenas de ação do filme, que são
pra lá de sanguinolentas…sem perder sua marca registrada nos diálogos, na ironia e no nada singelo “humor negro”. Tarantino toma como gancho a parte da história da escravidão na America para justificar o lado bom (negro) do lado mal (branco dominante). Não é à toa que Spike Lee (chato pra cacete!) nem quis ver o filme! Mas eles que são norte-americanos que se entendam…

O filme concorreu a 5 Oscar. Como diretor, desta vez Tarantino não estava concorrendo! Christoph Waltz esteve novamente muito à vontade no papel (e levou seu segundo OSCAR pra casa). É mais um daqueles  personagens que faz falta quando fica mais de 2 minutos sem aparecer em cena!

O roteiro é bem original, mas não é o melhor que Tarantino já escreveu. Afinal, quase todos dele também são, mas é tão divertido de assistir quanto todos os outros. O filme lembra demais a parceria com Robert RodriguezGrindhouse” (2007) do que o excelente “Batardos Inglórios” (2009).

Nota: 8