Frozen II | Crítica

A galera do Cinectus se juntou à turminha bem animada que lotou cinema em pleno domingo de sol para curtir o segundo longa de uma das franquias de maior sucesso da Disney: Frozen.

 

O longa que estreia no Brasil em 2/Janeiro/2020 vem sendo um sucesso de público nos países onde já está sendo exibido, mesmo concorrendo com um blockbuster como Star Wars: A Ascensão Skywalker

A trama é uma continuação do primeiro filme e vemos Elsa pouco à vontade no papel de rainha de Arendelle enquanto Anna, Kristoff e Olaf aproveitam o período de paz e tranquilidade do reino.

Até que fenômenos inesperados acontecem e uma força desconhecida obriga Elsa e seus amigos a partirem em mais uma aventura cheia de perigos e descobertas, na mesma linha do primeiro longa.

E vamos parando por aqui para evitar os spoilers. Vamos seguir com nosso tradicional “Curtimos / Não Curtimos“.

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CURTIMOS

Olaf: O personagem passou de “alívio cômico” a relevante na trama, sem perder as ótimas piadas. Na versão dublada, Fábio Porchat está perfeito emprestando sua voz para o carismático boneco de neve;

Anna: Outro personagem de evoluiu muito em relação ao primeiro filme, e a menina insegura agora está madura e pronta para defender sua irmã, seus amigos e seu reino;

Roteiro: A trama traz reviravoltas interessantes e que fogem um pouco dos clichês dos filmes infantis;

 

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NÃO CURTIMOS

Elsa: Esperamos que no provável próximo filme ela esteja mais segura de si e de seus poderes. Porque a irmã – que não tem poder algum – está colocando Elsa no bolso no quesito “c’mon, girl! Get this sh*t done!“;

Kristoff: Se não fosse uma animação poderíamos jurar ser um daqueles casos em que  o ator não acordou com o estúdio sua participação no próximo filme e quase não é notado em cena;

Trilha sonora: Se “Livre Estou” – apesar do enorme sucesso – não é um dos momentos mais felizes da Disney em termos de trilha sonora, esse segundo filme consegue a proeza de incomodar o espectador. Não apenas as músicas são sem graça mas também são inseridas sem critério no meio do filme, não ajudam a desenvolver a trama. Logo nos primeiros 20 minutos são umas 3 ou 4 músicas em sequência. Tem até uma boy band de alces. Felizmente parece que alguém de bom senso da produção gritou “Já deu!” e o restante do filme transcorre normalmente.

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E o veredicto? Vale enfrentar filas e as salas barulhentas para levar os pequenos ao cinema?

A resposta simples é SIM. Mesmo sendo inferior ao primeiro, agrada às crianças, tem piadas bem legais do Olaf e a qualidade de animação impecável padrão Disney.

Nota Cinectus: 7,0

Meu Nome é Dolemite | Crítica

Blaxploitation ou Blacksploitation foi um movimento cinematográfico norte-americano que surgiu no início da década de 1970. A palavra é um junção de black (“negro”) e  explotaition(“exploração”). 

Os filmes blaxploitation eram realizados por atores e diretores negros e tinham como publico alvo, principalmente, os negros norte-americanos. Algo parecido havia sido testado entre as décadas de 1910 e 1950, eram os chamados race films.

Um dos expoentes deste movimento foi Rudy Ray Moore, cuja cinebiografia estrelada por Eddie Murphy está disponível na Netflix e que já conferimos.

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A produção da Netflix conta com um elenco de primeira. Além do eterno “Tira da Pesada”, temos Wesley Snipes, Mike Epps, Keegan-Michael Key , Craig Robinson, Tituss Burgess, Da’Vine Joy Randolph e até uma participação especial de Snoop Dogg.

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E talvez este seja o grande “senão” do filme, porque com um elenco desses você espera uma comédia para rir até se acabar. Mas ao mesmo tempo é a cinebiografia de um artista importante para todos os atores negros que vieram depois, ou seja, a maioria do elenco. Deve então ser considerado um drama, sob o risco de termos uma reedição da polêmica envolvendo Green Book.

E aí cabe a pergunta: Meu Nome é Dolemite é uma drama ou uma comédia? Ou os dois?

Porque nos parece que para  Wesley Snipes disseram que era uma comédia, para Da’Vine Joy Randolph um drama e para Eddie Murphy que ele deveria alternar entre os dois estilos dentro de uma mesma cena.

Essa aparente confusão cobra um preço e o filme nos deixa aquela sensação que poderia ser bem melhor. Os elementos estão todos ali: biografado interessantíssimo, produção de qualidade e elenco talentoso. Mas o resultado final foi abaixo da expectativa.

Não que seja um filme ruim, longe disso. A indicação ao Globo de Ouro de melhor ator de musical/comédia para Eddie Murphy é merecida, mas nossa dica é curtir essa boa comédia, sem imaginar como seria legal se fosse um drama.

É para rir e não para pensar.

Nota Cinectus: 7,0

Star Wars: A Ascensão Skywalker | Crítica

Antes de falar sobre o fim da saga dos Skywalkers, esclarecemos que na nossa opinião é praticamente impossível que a conclusão de uma saga como Star Wars seja unânime entre os fãs. E pelas críticas e comentários na internet e o misto de aplausos e reclamações que percebemos ao final da exibição, parece que não somos os únicos.

Junte a isso as escolhas feitas em Star Wars: O Despertar da Força (2015) e Star Wars: Os Últimos Jedi (2017) e não sobra espaço para grandes reviravoltas na trama ou para que algum personagem que não seja da trilogia inicial conquiste corações e mentes do público.

Dito isso, vamos às nossas impressões sobre o filme (com alguns spoilers).

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Ele é repleto de referências bacanas aos episódios anteriores: personagens, planetas, objetos e até alguma frases foram pinçadas e cuidadosamente colocadas para ajudar a contar a conclusão deste clássico do cinema. E logo no início já descobrimos como Palpatine (Ian McDiarmid) “participa” da trama, o que é a melhor sacada do roteiro, pois retoma um personagem icônico e ameniza o efeito vilão Nutella do personagem Kylo Ren (Adam Driver – muito mal aproveitado).

Tecnicamente é muito bem feito e receberá indicações para Oscar técnicos como edição de som, mixagem de som e efeitos visuais. As cenas de ação são ótimas, sejam perseguições, batalhas de naves ou duelos de sabre – a luta mostrada no trailer entre Kylo Ren e Rey em meio a uma mar revolto, é emocionante e traz uma referência bem legal a Star Wars: O Retorno de Jedi.

E como não poderia deixar de ser…

 A Força está com

  • Rey (Daisy Ridley) – mesmo com um personagem mal construido, conseguiu passar sinceridade em uma interptretação honesta. Certamente veremos a atriz em alguma produção premiada em breve;
  • Leia Organa (Carrie Fischer) – Perfeita. Nem o falecimento da atriz impediu uma participação marcante no filme;
  • Poe Dameron (Oscar Isaac) – Não é Han Solo (Harrison Ford), mas cumpriu bem seu papel.
  • As referências a locais e personagens já bem conhecidos dos fãs, como o planeta Tatooine e a volta triunfante de Lando Carlissian (Billy Dee Williams) são o ponto alto do filme, como uma homenagem aos apaixonados pela franquia.
  • General Pryde (Ricard E. Grant) – O talentoso ator precisa de duas cenas para que o público fique ansioso pelo inevitável momento em que os Rebeldes  explodirão sua nave.

Foi para o Lado Negro

  • General Hux (Domhnall Gleeson de Ex-Machina (2014)) – Muito bom no filme anterior, tem uma participação ridícula neste filme. A culpa nem é do ator, é falha do roteiro mesmo;
  • Finn (John Boyega ) – Reprovado em carisma. Teve três filmes para cativar os fãs e não conseguiu. E fora das filmagens o ator só criou buzz na internet sobre o possível romance entre Finn e Poe, ou seja, vai ser lembrado por entrevistas e tweets, e não pela atuação;
  • Luke Skywalker (Mark Hamill) – Sua pequena participação no filme não faz jus ao personagem, e ainda sofreu com um visual bem tosco, com CGI do século passado.

Em resumo,  o filme é bom e entrega coisas bem legais que acertam em cheio nas referências tão amadas pelos fãs, mas peca em falhas graves no roteiro, que acabam por prejudicar o resultado final. E se não vai liderar nenhuma lista de melhor filme da série, também não vai disputar a lanterna com Star Wars: A Ameaça Fantasma.

Nota Cinectus: 8,0

As Melhores series do Amazon Prime Video

É tanta série boa, que fica difícil acompanhar. Por isso, segue nossa humilde listinha (algumas já com a nossa crítica das primeiras temporadas)

  • The Man in the High Castle – O que aconteceria se os Aliados tivesse perdido a Segunda Guerra Mundial?
  • Hand of God – Crime, corrupção e fé se misturam nesta série dramática com
  • Patriot – Humor negro é o que não falta nesta série de espionagem
  • The Expanse – Uma conspiração interplanetária pôe em risco o futuro do nosso planeta
  • Good Omens – Uma fábula sobre o Armageddon apresentando um anjo, um demônio, uma bruxa e o próprio anti-cristo
  • Carnival Row –  Um detetive humano e uma “fada” vivem um romance perigoso em meio a uma onda de crimes assutadores
  • The Boys – Sobre um grupo de vigilantes que se junta para detonar super-heróis  corruptos que abusam dos seus superpoderes

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“Até o fim” | Bicampeonato do Flamengo na Libertadores vira documentário exclusivo no Globoplay

Depois de 38 anos de espera os torcedores rubro-negros puderam soltar novamente o grito de campeão da Libertadores. A emocionante vitória do Flamengo por 2 a 1 diante do River Plate no sábado, dia 23, deu ao time carioca o seu segundo título na maior competição entre clubes da América do Sul, coroando uma campanha sólida, recheada de momentos inesquecíveis. A trajetória vitoriosa do rubro-negro carioca na competição será tema da série original ‘Até o fim’, exclusivo do Globoplay.

“Esse documentário é um presente para a torcida do Flamengo, mas será apenas o primeiro de uma série. Nossa ideia é contar de modo profundo e emocional a história dos títulos importantes para todas as torcidas. Em 2020, temos projetos já aprovados para o Brasileirão e para a Copa do Brasil. E, se algum clube brasileiro ganhar a Libertadores certamente faremos também”, afirma Renato Ribeiro, diretor de Conteúdo do Esporte da Globo.

A série traz imagens inéditas de bastidores e relembra toda a saga da equipe carioca desde a estreia na altitude boliviana diante do San José até o duelo final contra os argentinos na capital peruana. Composta por cinco episódios, que serão disponibilizados semanalmente, mostra toda a preparação do time, as viagens, a tensão e festa dos jogadores nos vestiários, além de entrevistas exclusivas com alguns dos grandes personagens do título.

O primeiro episódio, “Onde estiver estarei“, conta a primeira fase da competição a partir do olhar de três torcedores. O capítulo traz imagens inéditas e exclusivas dos bastidores das viagens do Flamengo à Bolívia, ao Equador e ao Uruguai e relembra o sofrimento da classificação do time, que aconteceu diante do Penãrol, no último jogo da fase de grupos da competição.

A série original ‘Até o Fim’ é desenvolvida e produzida pelo Esporte da Globo e estará disponível aos assinantes do Globoplay a partir desta sexta-feira, dia 29 de novembro.

Cópias – De Volta à Vida | Crítica

Quando este filme estrelado por Keanu Reeves entrou no catálogo do Netflix, resolvi que era hoje de dar uma chance a ele, mesmo sabendo que foi um fracasso de bilheteria e crítica. Afinal de contas, o trailer é bem feito, o protagonista é um bom ator e a trama promissora.

Mas como dizia a vovó: “de boas intenções o inferno está cheio” – ou a versão atualizada para o tempo atual de coaches, “no Everest há dezenas de cadáveres de pessoas motivadas, focadas e que resolveram sair da zona de conforto“.

Não basta um astro, um orçamento adequado e uma boa ideia sobre um filme. É preciso um roteiro bem escrito, uma direção competente e coadjuvantes minimamente entrosados.

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Os primeiros 15 minutos até são bons e mostram como o neurocientista interpretado por por Keanu Reeves está desenvolvendo uma tecnologia para transferir a consciência de pessoas praticamente mortas para organismos cibernéticos. Depois há a sequência onde sua família sobre um acidente gravíssimo e ele se defronta com o grande dilema da trama: É correto quebrar todos protocolos científicos – e várias leis – para tentar salvar a vida da sua família?

Mas depois o filme se perde e empilha uma série de situações absurdas e furos que causam risos ao invés da adrenalina sugerida pelo trailer. E o final além de muito previsível é inverossímel.

E como se não fosse suficiente, ainda pediram o robô de Eu, Robô (2004) emprestado.

Do elenco, digno de menção apenas Thomas Middleditch (da ótima série Silicon Valley) – que interpreta o auxiliar de Keanu Reeves e é o único que parece notar as situações absurdas apresentadas no filme.

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Então, se você é um grande fã do carismático e talentoso Keanu Reeves, não perca seu tempo – há filmes bem melhores com o ator no catálogo da Netflix, como John Wick (2014).

Nota Cinectus: 5,5

O Irlandês | Crítica do leitor

A turma que curte o Cinectus não dorme em serviço e já conferiu o esperado filme de Martin Scorsese, que estreia na Netflix em 27 de Novembro.

Mas se é uma produção da Netflix, como alguém conseguiu assitir nos cinemas? Teria assistido nos EUA? Teria feito um “download alternativo”?

Na verdade, desde Manchester à Beira-Mar (2016) da Amazon, os gigantes do streaming adotaram o procedimento de exibir seus grandes lançamentos em poucos cinemas e por um curto período de tempo antes da disponibilizá-los em suas plataformas. Isso permite que os filmes cumpram os requisitos de participação em prêmios como o Oscar.

A novidade é que esta iniciativa, antes restrita aos EUA e Europa, também foi usada no Brasil. Provavelmente o fato de sermos um dos maiores mercados da gigante do streaming tenha pesado na decisão.

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Mas indo direto ao ponto, nosso leitor Felipe Galeno já conferiu o filme e compartilhou conosco sua opinião.

   Martin Scorsese está velho. Aos 76 anos de idade e com 50 de carreira, o cineasta ítalo-americano já atingiu o status de “lenda viva” do cinema segundo a maioria dos críticos e espectadores. E talvez sejam exatamente essas décadas de experiência que possibilitam ao diretor encontrar tamanha sensibilidade na forma como ele trabalha a temática da velhice em seu novo longa, o aguardado O Irlandês.

É até curioso que um filme vendido como o grande retorno de Scorsese aos filmes de máfia comece num asilo para terceira idade. A câmera abre o filme vagando por entre os idosos até encontrar Frank Sheeran (Robert DeNiro), o irlandês do título, solitário e moribundo em uma cadeira de rodas distante. É a partir das memórias compartilhadas por esse senhor que a história retrocede alguns anos para contar seu envolvimento com a máfia americana, com a família criminosa Buffalino e o com o contexto do sindicalismo estadunidense nos anos 60.

O território temático não é novo para o diretor. Mesmo que seu último retrato da vida mafiosa tenha sido lançado em 1995, o assunto é uma das marcas registradas do cineasta e aqui ele já demonstra, desde o início, a habilidade que tem em retratar o universo do crime organizado com todas as suas conexões, nomes e regras. O que mais chama atenção talvez seja a paciência com a qual ele executa isso. Em um tempo em que o entretenimento é cada vez mais “frenético” para atender aos limites da atenção do público, Scorsese não se preocupa em deixar suas cenas seguirem um ritmo natural. Não que o diretor valorize um tempo morto; as cenas que preenchem as 3 horas e meia de duração nunca são despropositadas, mas isso não significa que precisem ser aceleradas.

Essa paciência só contribui para o trabalho meticuloso de reconstrução que o longa faz das memórias de Frank. Mesmo a ambientação dos cenários de época, por mais detalhista que seja, está lá sempre em função dessa história contada. Até mesmo o esmerado trabalho com os efeitos digitais no rejuvenescimento do elenco, que levou anos para ser desenvolvido, nunca está ali para ofuscar a narrativa e sim para contribuir. O leve estranhamento inicial que a computação gráfica gera pode ser compreendido como aquela imprecisão visual que uma lembrança costuma ter nas nossas mentes e, mesmo assim, não demora muito para que nos acostumemos com a versão mais jovem de DeNiro e embarquemos na jornada com ele.

A presença do ator veterano é, inclusive, importantíssima para o andamento do longa. O olhar austero e a voz serena do seu Frank Sheeran o distanciam e o aproximam do espectador ao mesmo tempo. Sentimos a frieza de sua personalidade mas nos envolvemos com ele mesmo assim e, no fim de tudo, sentimos todo o peso acumulado da sua jornada emocional. Por mais que em diversos momentos pareça que o longa está apenas retratando os acontecimentos pelos quais Sheeran passou na vida, aos poucos fica perceptível que há uma evolução emocional sendo feita através de pequenos detalhes. Uma troca de olhares com sua filha ou um breve momento de descontração com seu amigo Jimmy Hoffa (Al Pacino) vão influenciar no impacto emocional que os desdobramentos dessas relações vão ter no final.

DeNiro vai desaparecendo aos poucos nesse personagem e consegue manter a força sutil de sua performance mesmo nos momentos de interação com o resto do impecável elenco. As cenas de diálogos entre ele e Russ Buffalino, chefão da máfia interpretado por Joe Pesci, são um deleite para amantes da atuação sem nunca descambarem para o exagero. Pesci, que saiu da aposentadoria de 10 anos para esse filme, evita repetir os trejeitos típicos que marcaram sua carreira em outros papéis como mafioso. Seu Russ Buffalino é completamente diferente do icônico Tommy DeVito que interpretou em Os Bons Companheiros. O trabalho aqui é bem mais sereno, calmo, mas não menos poderoso por isso. O personagem conquista o domínio e o respeito sem nunca parecer ameaçador ou impulsivo. É uma imponência discreta que elevam o seu trabalho a um patamar único.

Outro grande nome que dá uma aula em termos de atuação é o experiente Al Pacino. Em sua primeira colaboração com Scorsese, o septuagenário demonstra um vigor de dar inveja em muitos jovens atores. Seu retrato do popular líder sindical Jimmy Hoffa é enérgico e impulsivo, contrastando com a energia estrita dos seus companheiros de cena. Ele consegue aderir um certo senso de humor nos seus acalorados diálogos que suaviza o longa em diversos momentos e cria uma conexão muito interesante do personagem não só com o meio retratado pelo filme, mas também com o espectador.

O desenrolar desses relacionamentos, auxiliado pelo irretocável trabalho de montagem da veterana Thelma Schoonmaker, vão revelando um interessante olhar mais contemplativo para o panorama da vida criminosa feita pelo grandiloquente roteiro de Steve Zaillian. Trabalhar na máfia aqui não é algo glamoroso como era em alguns clássicos do subgênero. O jogo pelo poder não é a garantia de um prazer desregrado pra esses personagens. Pelo contrário: por vezes, essa vida prejudica suas relações e os obriga a fazerem coisas que eles não querem. Ainda assim, os conflitos viris pelo domínio parecem a única alternativa para eles. Não há como viver essa vida sem se comprometer por completo, assim como também não há como abandonar tudo de uma hora para outra.

E é nos momentos finais, com a observação da vida do velho Sheeran depois de tudo, que o filme encontra a sua maior força. É na incompletude da conclusão, no vazio deixado após todos os anos de jornada, que Scorsese reconhece o sentimento agridoce da velhice. Não há uma mensagem panfletária ou moralista, nada de “o crime não compensa”. Porém, ao colocar a solidão senil como a maior consequência da vida mafiosa, o diretor está praticamente falando sobre o quão irrecompensante e triste o crime pode ser no fim das contas. Scorsese fez mais uma obra prima sobre a máfia, só que, dessa vez, uma com muito mais melancolia e solitude do que de costume.

Se já estávamos ansiosos, a crítica do Felipe só aumentou a expectativa para semana que vem – quando estará disponível na plataforma de streaming.

E você? Assistiu algum filme e quer compartilhar sua opinião? Envie um e-mail para a gente: contato@cinectus.com.br.

 

20 melhores filmes de terror

Essa semana teremos mais um Halloween e separamos 20 filmes especiais para você, que também é apaixonado por um bom thriller de terror.

Infelizmente algumas boas obras ficaram de fora, pois utilizamos o critério de destacar – além do clássicos – os filmes onde o “coisa ruim” domina toda a atmosfera.

Dentre os excluídos da lista temos excelentes filmes que terão sempre espaço no lado obscuro de nossos corações! :). Obras como Os Outros (2001), Sexto Sentido, (1999), mais voltados para o suspense sobrenatural. Filmes de monstros, psicopatas, terrir ou desenhos, como A Hora do Pesadelo (1984), Sexta Feira 13 (1980), Arrasta-me para o inferno (2009), A Morte do Demônio (1981) ou Coraline e o Mundo Secreto (2009)

Seguindo a lista, por ordem decrescente de votos populares do IMDB, abaixo estão os 20 filmes selecionados.

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20 filmes de terror para se borrar de medo…

20 – End of the Line (2007) [IMDB: 5.9] – Esse filme passou despercebido por aqui (beirando ao trash), porém o suspense que deixa no ar é aterrorizante! Neste suspense inquietante e assustador, Karen (Ilona Elkin), uma jovem enfermeira que trabalha em uma ala psiquiátrica, embarca no último trem do metrô da noite, apenas para parar subitamente no meio do túnel. Como alguns passageiros ao seu redor são brutalmente assassinados, Karen e alguns sobreviventes devem enfrentar forças sobrenaturais, membros homicidas de um culto religioso, bem como seus próprios medos e suspeitas do Armageddon para sobreviver.

19 Quando as Luzes se Apagam (2016) [IMDB: 6.3] – Boa sacada do diretor David F. Sandberg que, depois que seu curta viralizou na internet, conseguiu alavancar as filmagens desse ótimo longa. Da safra nova do cinema de terror, assim como MaMa (2013), esse é um daqueles filmes que vale a pena conferir. Aqui a personagem Rebecca deve ajudar seu irmãozinho a descobrir o que está acontecendo em casa, quando no passado sua sanidade também foi testada, colocando-os frente a frente com um espírito sobrenatural ligado à mãe deles.

18 – Insidius – Sobrenatural 2 (2013) [IMDB: 6.6] – Acho que ninguém mais duvida que James Wan é o cara do terror da década! Nessa sequência, os Lamberts acreditam que derrotaram os espíritos que assombraram sua família, mas logo descobrem que o mal não é derrotado com tanta facilidade. O filme ainda teve mais duas sequencias, mas nenhuma delas se igualou às duas primeiras.

17 – Insidius – Sobrenatural 1 (2010) [IMDB: 6.8] – James Wan começou lá traz fazendo um enorme sucesso com o primeiro filme de Jogos Mortais (2004). De lá pra cá entrou no mundo do terror e assumiu o posto de vez (do gênero) nesse primeiro filme da franquia. Lembrando que seu amigo (diretor e ator) Leigh Whannell , o ator Patrick Wilson e a atriz Lin Shaye estão sempre juntos para dar aquela força!

16 – Espíritos: A Morte está ao seu Lado (2004) [IMDB: 7.1] – Aqui o cinema de terror asiático chega arrebentando nos cinemas do ocidente, gerando remakes não tão bons em Hollywood. Um jovem fotógrafo e sua namorada descobrem sombras misteriosas em suas fotografias após um acidente trágico. Eles logo aprendem que você não pode escapar do seu passado.

15 – O Chamado (2002) [IMDB: 7.1] – Esse é um caso raro em que o remake americano superou o filme original asiático, talvez pelos efeitos mais caprichados e o alvoroço que o público provocou, gerando ainda mais duas fracas sequências. Naomi Watts é uma jornalista deve investigar uma fita de vídeo misteriosa que parece causar a morte de alguém, uma semana após o dia em que a visualiza.

14 – Hereditário (2018) [IMDB: 7.3] – Filme mais recente dessa lista, onde há uma corrente do gênero que chamam de “novo terror”, porém de novo não tem nada, mas assusta do mesmo jeito! Uma família é assombrada por ocorrências trágicas e perturbadoras.
13 – It (2017) [IMDB: 7.3] – Uma pena que a sequência tenha sido estragada esse ano, mesmo tendo bons atores o roteiro foi bem fraco. Contudo, esse primeiro filme já é um clássico do gênero. Baseado na obra de Stephen King, o filme se passa no verão de 1989, quando um grupo de crianças intimidadas se une para destruir um monstro que muda de forma, que se disfarça de palhaço e ataca os filhos de Derry, sua pequena cidade do Maine, EUA.
12 – Poltergeist (1982) [IMDB: 7.3] – Com a produção e roteiro de Steven Spielberg, temos um clássico da década de 80 que fez muitas pessoas terem medo de palhaço bem antes de It. O roteiro é simples: a casa de uma família é assombrada por uma série de fantasmas demoníacos, mas na mão de Spielberg nada parcia trivial. O filme ainda teve duas sequencias e um remake em 2015, mas não fizeram tanto sucesso.
11 – Invocação do Mal 2 (2016) [IMDB: 7.3] – Nessa sequencia, Ed e Lorraine Warren viajam para o norte de Londres para ajudar uma mãe solteira a criar quatro filhos sozinha em uma casa atormentada por um espírito sobrenatural.
10 – O Lamento (2016) [IMDB: 7.4] – Os asiáticos, desde os anos 90 nos mostraram que bons filmes de terror podem navegar em diferentes caminhos. Logo depois que um estranho chega a uma pequena vila, uma doença misteriosa começa a se espalhar. Um policial, atraído para o incidente, é forçado a resolver o mistério para salvar sua filha.
09 – Invazão Zumbi (2016) [IMDB: 7.5] – Um dos melhores filmes de Zumbi já produzidos para o cinema, definitivamente não é americano. Vá e veja! É um filme dramático onde a tensão é constante e ainda consegue trazer uma emoção como poucos filmes do gênero até hoje fazem. Enquanto um vírus zumbi irrompe na Coréia do Sul, os passageiros lutam para sobreviver no trem de Seul para Busan.
08 – A Profecia (1976) [IMDB: 7.5] – Um dos poucos filmes de terror que concorreram na categoria de Melhor Filme ao Oscar daquele ano Mortes misteriosas cercam um embaixador americano. A criança que ele está criando pode realmente ser o anticristo? O próprio filho do diabo?
07 – Invocação do Mal 1 (2013) [IMDB: 7.5] – Simplesmente um Filmaço! Os investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren trabalham para ajudar uma família aterrorizada por uma presença sombria em sua casa de fazenda.
06 – Eu vi o Diabo (2010) [IMDB: 7.8] – Mais um filme asiático que merece estar nessa lista. Um agente secreto se vinga de um serial killer através de uma série de capturas e liberações.
05 – O Bebê de Rosamary (1968) [IMDB: 8.0] – O Olhar aterrorizante de Mia Farrow deixava qualquer um se cagando de medo para saber o que ela estava vendo. Uma obra prima de Roman Polanski. Um jovem casal se muda para um apartamento e acaba sendo rodeado por estranhos vizinhos e ocorrências peculiares. Quando a esposa fica misteriosamente grávida, a paranóia sobre a segurança do feto começa a controlar sua vida.
04 – Alien – o Oitavo Passageiro (1978) [IMDB: 8.0] – Acredito que Ridley Scott não tinha noção do que seria sua obra no futuro sobre a existência de seu alienígena em filmes derivados. James Cameron tratou de melhorar o que já era bom na sequencia. Infelizmente depois foi ladeira abaixo… com algumas exceções, é claro! Depois que um navio mercante espacial recebe uma transmissão desconhecida, como uma chamada de socorro, seu pouso na lua (fonte da transmissão) encontra uma tripulação atacada por uma forma de vida misteriosa, e eles logo percebem que seu desespero apenas começou.

03 – Enigma do Outro Mundo (1982) [IMDB: 8.0] – Um dos melhores filmes de terror alienígena já produzidos. Era para ficar esperando aquele Corujão passar de madrugada depois do Supercine. Uma equipe de pesquisa na Antártica é caçada por um alienígena que muda de forma e assume a aparência de suas vítimas.
02 – O Exorcista (1974) [IMDB: 8.0] – Um clássico que dispensa comentários. Quando uma adolescente é possuída por uma entidade misteriosa, sua mãe procura a ajuda de dois padres para salvar sua filha.
01 – O Iluminado (1980) [IMDB: 8.0] – Apesar do próprio Stephen King odiar a maneira que Stanley Kubrick traduziu sua obra para o cinema, ele ainda é considerado um dos melhores filmes de terror já feitos. O mais incrível e assustador de todo o filme é realmente o próprio hotel com seus corredores longos e macabros. É um Filmaço – um thriller psicológico de primeira! Uma família se dirige a um hotel isolado para o inverno, onde uma presença sinistra influencia o pai, tornando-o violento, enquanto seu filho psíquico vê pressentimentos horríveis do passado e do futuro.

Então agora convide os amigos, pegue sua pipoca, seu crucifixo e tente dormir depois…

007 – Sem Tempo para Morrer (2020)

Segundo o jornal inglês Mirror nem Daniel Craig sabe como ele deixará a papel de James Bond, já que foram filmados três finais diferentes para “Sem Tempo para Morrer“. O ator de 51 anos, e o que mais tempo interpretou 007, fará sua despedida no próximo filme que será lançado em abril de 2020.

Segundo a reportagem, o diretor Cary Joji Fukunaga decidiu filmar outros dois finais alternativos além do principal.

O sucessor de Daniel Craig ainda não foi anunciado, mas “Sem Tempo para Morrer” pode dar uma pequena pista. A atriz britânica Lashana Lynch inicia o filme como o novo 007, depois que Bond deixa o MI6 e se muda para a Jamaica para viver uma ‘vida tranquila’. – mas uma visita do amigo e agente CIA, Félix (Jeffrey Wright), o faz retomar o posto.

 

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A respeito das crescentes especulações sobre o substituto(a) do ator, torcemos para que seja escalado alguém do mesmo nível e gênero para não descaracterizar o personagem. É óbvio que não cabe mais um 007 macho man” como Sean Connery, e os roteiros e a interpretação de Daniel Craig foram perfeitos em atualizar o personagem. Mas daí a colocar por exemplo, Natalie Portman como 007 seria o mesmo que termos o “Lauro Croft: Tomb Raider ” ou “Homem Maravilha”.

Afinal de contas, “– My name is Bond, James Bond” é um clássico do cinema.

Damon Herriman é 2x Charles Manson

Damon Herriman é um ator australiano que foi chamado para interpretar um personagem desafiador: Charles Manson, serial killer que aterrorizou os Estados Unidos nos anos 60 e que gerou em torno de si uma aura mitológica mesmo depois de décadas preso. E se não bastasse este desafio, Damon se viu com a chance de retratar o criminoso em duas produções!

O ator aparece em ‘Era Uma Vez em… Hollywood‘, filme de Quentin Tarantino que ainda está em cartaz em algumas salas de cinema. O longa retrata o final da chamada “Era de Ouro” do cinema americano (final da década de 60) e foca na dupla vivida por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt que no final de carreira tentam acompanhar as mudanças significativas em Hollywood. Uma trama paralela é a seita liderada por Charles Manson, e seus crimes, inclusive o assassinato de Sharon Tate (Margot Robbie).

Já a série da Netflix Mindhunter, mostra dois agentes do FBI que iniciam uma pesquisa entrevistando serial killers por todos os EUA para identificar padrões de comportamento que os levem a prevenir e solucionar outros crimes. Em comum com o filme, a figura enigmática e midiática do criminoso.

Mindhunter

Como a segunda temporada da série se passa cerca de dez anos após o filme, o ator também precisou se adaptar para viver o personagem em dois momentos distintos da vida

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Puxamos pela memória e tentamos lembrar sem sucesso de ator que tenha enfrentado desafio semelhante e que entregou performance tão boa quanto a de Damon Herriman.

E você, se lembra de alguém? Comente! Compartilhe sua opinião!

 

Projeto Gemini | Crítica

O grande apelo de Projeto Gemini, novo longa do diretor Ang Lee, é assistir Will Smith rejuvenescido digitalmente contracenando consigo mesmo. Na trama, o ator interpreta um assassino de elite a serviço dos EUA que após uma última missão antes da aposentadoria, vira alvo de uma operação de “queima de arquivos”.

A tecnologia que suporta o filme é o 3D+ em HFR (High Frame Rate) já usada em O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, e que segundo a produção de Projeto Gemini, foi aprimorada para conferir ainda mais realismo à obra. Gravado em 120 frames por segundo (FPS), resolução 4K e com o uso de câmeras 3D, poucas salas mesmo nos EUA serão capaz de reproduzir o filme com total fidelidade.

Assistimos em IMAX e podemos atestar que o aumento de qualidade nas imagens é perceptível mesmo que a sala não seja capaz de reproduzir em resolução máxima. Além disso, o efeito de “clonagem” do ator é impressionante. Não é perfeito mas é o mais próximo disso que a indústria do cinema já produziu. A cena em que o Júnior chora emociona não pelo lado do drama mas sim por nos fazer pensar onde esta tecnologia pode levar a indústria.

Agora você deve estar pensando: “– Ok, mas e o Deepfake?

É realmente triste que usem tecnologia para este tipo de coisa, mas preferimos viajar pensando em como seria um filme com Jack Nicholson atuando com 20, 40 e 80 anos do que em sextapes falsas de Gal Gadot, Emma Watson ou pronunciamentos “polêmicos” de Barack Obama.

Mas a questão se a tecnologia está na frente do talento dramático, do suspense ou mesmo de um roteiro bem escrito – nós respondemos com um grande NÃO!

Filmes como O Grande Ditador , Tempos Modernos ou O Poderoso Chefão apesar de visualmente datados, são mais modernos que a imensa maioria dos filmes atuais.

Talento e criatividade são insubstituíveis.

Voltando ao filme, Ang Lee fez um filme com cenas de ação bem bacanas, roteiro sem furos e o cuidado visual típico de suas obras. Mas apesar de um começo interessante, com 20 minutos de projeção os clichês comçam a se acumular, um após o outro. Só o carisma e a atuação sempre competente de Will Smith seguram o ritmo.

 

Os coadjuvantes também ajudam. Tanto Mary Elizabeth Winstead (que será a Caçadora em Aves de Rapina) quanto Benedict Wong (de Dr. Estranho) tem boa participação. E Clive Owen interpreta um vilão totalmente previsível mas sem passar vergonha.

No geral, o filme vale o ingresso na sala de cinema com melhor som e imagem que houver na sua cidade. É um thriller de ação bacana, mesmo que no meio você já saiba quase tudo que vai acontecer.

Nota Cinectus: 7,0

Coringa | Crítica

A galera se apressou e já foi conferir “Coringa” – diga-se de passagem em uma sala de cinema surpreendentemente vazia, dado todo o hype em torno dessa nova interpretação do arqui-vilão do Batman.

Vamos começar antecipando o que não esperar do filme. Não apenas para ajustar a expectativa ou até para decidir não ir ao cinema por enquanto.

  • Não aparece no filme o Batman – ou qualquer outro herói da DC. A ação se passa em Gotham City antes mesmo de Bruce Wayne se tornar o herói
  • Não há comparação com as interpretações de Jack Nicholson ou Heat Ledger. Não é uma questão de melhor/pior. São propostas completamente diferentes. Qualquer um que tente comparar os três, ou não entendeu os filmes ou só quer causar polêmica e ter pra si um pouco de holofote.
  • É um filme perturbador. A loucura do protagonista acaba ironicamente por ressaltar o egoísmo, a indiferença e a crueldade comuns em nossa sociedade “normal”. Em resumo: não há final feliz nem mensagem de esperança antes dos créditos.
  • Não é um filme de heróis. É um thriller psicológico – muito mais parecido com Um Dia de Fúria (1993) que com Batman Begins (2005)

Dito isso, você deve estar se perguntando:

“E aí, curtiu o filme?”

É um filmaço! Melhor obra da DC depois do icônico “Cavaleiro das Trevas” (melhor filme de heróis já feito).

Joaquin Phoenix tem uma performance impressionante. Daquelas sobre a qual irão falar em 20 talvez 30 anos. Até a risada característica do Coringa ele criou uns 3 ou 4 tipos diferentes para cada situação.

Há algumas homenagens sutis mas emocionantes aos atores que interpretaram o personagem antes. E até para Charles Chaplin e o clássico Tempos Modernos (também uma crítica social ao seu tempo)

A direção é muito boa. O filme tem ritmo, algumas sequências clássicos instantâneos, como a dancinha na escadaria.

E uma trilha sonora repleta de clássicos standards americanos, escolhidos a dedo para ajudar a contar a estória.

Elenco muito correto, suportando e abrindo espaço para o solo virtuoso de Phoenix, inclusive os veteranos Robert De Niro e Frances Conroy.

E se mesmo o tom sombrio do filme no final não te agradar, put on a happy face e saia do cinema com a certeza que assistiu a atuação vencedora do Oscar de melhor ator em 2020.

Pode nos cobrar se estivermos errados. Ele não vai bater na trave pela quarta vez

Nota Cinectus: 9,0

Produções nacionais na Netflix

Hoje destacamos títulos brasileiros disponíveis ou em produção na gigante do streaming.

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Nova série original brasileira que marca a estreia de Carlos Saldanha na Netflix, Cidade Invisível está sendo rodada em São Paulo, Ubatuba e no Rio de Janeiro. Indicado duas vezes ao Oscar por produções de animação (O Touro Ferdinando (2017) e o curta A Aventura Perdida de Scrat) , Saldanha é o criador e produtor-executivo da trama, seu primeiro seriado live-action, que levará ao mundo inteiro histórias com um olhar atual sobre o folclore brasileiro.

Marco Pigossi (Tidelands, Onde Nascem Os Fortes, A Força do Querer) estrela o seriado como o detetive Eric, da Delegacia de Polícia Ambiental. Após encontrar um estranho animal morto em uma praia carioca, o policial se envolve em uma investigação de assassinato e descobre um mundo habitado por entidades míticas normalmente invisíveis aos seres humanos.

No papel de Inês, dona de uma casa noturna que é muito mais do que aparenta, Alessandra Negrini (Mulheres Alteradas, Orgulho e Paixão, Boogie Oogie) também faz parte do elenco principal da série, que será lançada com exclusividade na Netflix, globalmente, em 2020.

A Netflix lançou o trailer oficial de Irmandade, série de oito episódios produzida pela O2 Filmes e que tem estreia global na Netflix no dia 25 de outubro.

Ambientado na cidade de São Paulo dos anos 90, o thriller conta a história de Cristina (Naruna Costa), uma advogada honesta e dedicada que descobre que seu irmão Edson (Seu Jorge) está preso e lidera uma facção criminosa – conhecida como “Irmandade”. Ela é forçada pela polícia a virar informante e a trabalhar contra o irmão, que não vê há anos. Ao se infiltrar na Irmandade, numa missão arriscada e perigosa, ela entra em contato com seu lado mais sombrio, e começa a questionar suas próprias noções de Justiça.

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Baseada no celebrado romance policial homônimo, Bom Dia, Verônica é a nova produção original brasileira da Netflix.

O thriller acompanha Verônica Torres (Tainá Müller), que trabalha como escrivã na delegacia de Homicídios de São Paulo, onde vive uma rotina burocrática e pouco dinâmica dentro do sistema. Ela se vê diante do abismo quando presencia um suicídio que acaba por despertar nela dolorosas feridas do passado. Na mesma semana, recebe a ligação anônima de uma mulher desesperada clamando por sua vida.

Determinada, Verônica decide usar toda sua habilidade investigativa para mergulhar nos casos das duas vítimas: uma jovem enganada por um golpista na internet, e Janete (Camila Morgado), a esposa subjugada de Brandão (Eduardo Moscovis), policial de alta patente e um homem dominador. Ao se aprofundar nessas investigações, Verônica irá enfrentar um mundo perverso que coloca em risco sua família e sua própria existência.

Bom Dia, Verônica já está sendo gravada no Rio de Janeiro e em São Paulo, e será lançada com exclusividade na Netflix globalmente em 2020.

 

Jetpack

Inacreditável | Crítica

Nesta série da CBS distribuída pela Netflix, o roteiro gira em torno do estupro de uma jovem, Marie* (Kaitlyn Dever), que vive em uma comunidade, é órfã, e já passou por diversos lares aditivos. Sua vida nunca foi fácil e vira um inferno depois da agressão sexual.

O fato que justifica o nome da série é que ela é desacreditada por dois investigadores que a induzem a depor afirmando que tudo não passou de uma mentira. Em paralelo, duas policiais começam a investigar casos semelhantes de estupro, três anos depois da história de Marie. Interpretadas pelas excelentes Toni Collete Merrit Wever (de Na Natureza Selvagem e Birdman), as detetives conseguem movimentar uma verdadeira força-tarefa para encontrar o suposto o predador sexual interpretado por Blake Ellis**. No elenco, interpretando o agente Billy Taggart***, Scott Lawrence – figurinha carimbada interpretando policiais e militares em séries como Law & Order.

Não demora para que os enredos se cruzem numa trama dramática de suspense e ação policial.

Um soco no estômago. Necessário. Urgente.

Inacreditável, perdão pelo trocadilho. É inacreditável! Ainda mais quando você lembra que a história é baseada em fatos reais. Vale a pena cada minuto dos oito episódios, mesmo que embrulhe o estômago e a consciência.

Nota: 8.0

 

* Alguns fatos sobre a vida de Marie Adler

* * O destino de Chris McCarthy

*** Provavelmente não há qualquer relação – apenas cultura inútil – mas “Billy” “Taggart” e “policial” são três palavras que só podem significar uma coisa.

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Jetpack